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Clássicos Do Heavy Metal: Megadeth E Black Sabbath Em Apresentação Histórica

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Publicada em 16, Oct, 2013 por Marcia Janini


Ozzy-Osbourne-2013.jpg
Na noite da sexta-feira, 11 de outubro, o Campo de Marte em São Paulo recebeu público estimado em 60 mil pessoas, para esta verdadeira celebração ao rock.

Subindo ao palco as 19h45, Megadeth traz todos seus grandes clássicos, além de canções de seu atual trabalho “Super Collider”.

Os aparatos cênicos simples, porém de grande efeito visual, consistiam em placas telões dispostos em pontos estratégicos do palco, nas laterais do nicho da bateria e reproduziam imagens modernas, em consonância com as temáticas exploradas pelas canções de forma simbólica.

A segunda canção apresentada, “Wake Up Dead” traz finalização nada óbvia, numa verdadeira aula de condução da impecável bateria de Shawn Drover, cadenciada, repleta de breaks estratégicos, emoldurando com precisão os belos arranjos em cromatismos da guitarra distorcida em afinação padrão de Chris Broderick.

“In My Darkest Hour” mostra bons recursos nas conversões ao refrão, em mudanças vigorosas de andamento e cadência, evoluindo de sonoridade mais pautada no hard rock para riffs frenéticos e bateria em tonalidades secas, contundentes... Great!

O grande clássico “She-Wolf” já principia arrebatando o público, com as cordas rascantes e de incrível agilidade, numa introdução bela, de grande efeito. As conversões para o refrão são também privilegiadas por acordes suavizados em dedilhados elaborados. Boa finalização.

Muito aclamada pelo público “Sweating Bullets” surge numa explosão de vitalidade em mais uma performance admirável do front man Dave Mustaine, trazendo um irônico acento gutural nas estrofes. Na dinâmica da bateria, mais variações frenéticas e extremamente precisas, em um conjunto harmonioso, pesado, vigoroso e de intrincada complexidade sonora.

“Tornado of Souls”, mais um clássico com introdução bem típica do heavy metal apresenta guitarras que explodem em riffs vigorosos, distorcidos em progressão ascendente. A bateria cadenciada explora uma linha de condução segura, entretanto, nas conversões surge com mais ousadia. O baixo de David Ellefson em dub também realiza importante contraponto à bateria, equilibrando a composição rica em tonalidades agudas. Mais uma bela finalização.

Um dos maiores hits “Symphony of Destruction” explora tonalidades guturais profundas. Mustaine apresenta seu melhor momento de performance durante a apresentação com seu timbre característico e repleto de modulações extremamente complexas. Mais uma vez a condução da bateria de Drover explora sonoridades secas, incisivas e uma cadência contagiante. Grande momento do show!

Em “Peace Sells”, a grande performance foi a do baixo de Ellefson, num solo perfeito, consoante com a finalização da guitarra rítmica em acordes virtuosísticos de Broderick, demonstrando todo seu talento e técnica. A participação inusitada de um ator trajando um escafandro, em performance no mínimo insólita, transmite de forma sutil a atmosfera de revolta contida e desejo de libertação expressos na letra e na melodia, de andamento rápido e sonoridade agressiva.

Megadeth-2013.jpg
Subindo ao palco com pontualidade britânica, às 21h00 o Black Sabbath inicia a apresentação com um de seus maiores clássicos “War Pigs”. Ozzy Osbourne, com seu costumeiro carisma, convida o público para interagir com a exortação retirada dos estádios de futebol nacionais. Em uma execução em tudo perfeita, a primeira canção transcorre fidedigna à versão original, para delírio dos fãs.

Ozzy, em excelente forma, encanta os presentes com seu já costumeiro charme desajeitado, em performances vocais dignas de menção pelo vigor e jovialidade apresentadas. Além de manter afinação e tom em modulações e vocalizes, traduz demonstrações precisas de seu potencial e técnica vocal de grande alcance com seu timbre característico e ímpar.

“Into the Void” começa com sua introdução densa, apoiada pelo baixo de Geezer Butler em dub e bateria cadenciada. Os riffs em acordes fluidos da guitarra de Tony Iommi, distorcida em notas altas, trazem cromatismos e atonalidades perfeitamente encadeadas. Breaks estratégicos emolduram as tonalidades rascantes das cordas. Perfeição e perícia sonora!

Com introdução densa e pesada o medley formado por “Under the Sun”/“Every Day Comes and Goes” apresenta a bateria de Tommy Clufetos ruflando em acordes marciais, pontuada no perfeito contraponto da linha de baixo de Geezer. Esta sonoridade, que influenciou o post-punk dark surgido ao final dos anos 70 nunca soou tão atual. Variando magistralmente para a segunda parte da execução, evolui para sonoridade extraída do rockabilly 60´s, ascendendo para cadência e andamento próximos do punk de primeira geração, finalizando com a contagiante tonalidade do heavy metal. Esta execução, que explora de forma tão magistral a fusão entre as variadas vertentes do rock, apresenta suas influências no progressive de forma atual e inovadora ainda para os dias atuais. Perfeito!

Grande clássico do heavy metal “Snowblind” explora com grande firmeza vertiginosas mudanças de andamento e cadência. Adotando a densidade padrão do hard rock, contrabalança com as tendências mais ampliadas em altura e variações dinâmicas do heavy. Esta canção à época de seu lançamento surgiu como verdadeiro “divisor de águas” aos padrões de composição, denotando a incrível versatilidade e técnica destes grandes instrumentistas.

Em “Age of Reason”, a linha de baixo de Geezer predomina sobre a bateria de Clufetos, conduzindo os demais instrumentos em uma cadência ralentada, apresentando linha melódica de grande complexidade técnica. As variações abruptas na cadência, emolduradas pelos riffs das guitarras em solos agudos, distorcidos e deliciosamente dissonantes surgem como verdadeiros marcos na linha evolutiva do rock, o que a torna atemporal.

Em mais um deleite aos ouvidos surge um maiores hits da carreira, “Black Sabbath” carregando em seu bojo toda a densidade e aura de mistério, com predomínio dos instrumentos em dub, explorando graves profundos, só alterados com sutilidade pelos acordes da guitarra de Iommi, em dissonantes notas agudas. Ozzy, performático, interpreta a canção com fraseado vocal diferenciado, quase em declamação, fazendo jus ao título de príncipe do terror. Finalização perfeita, numa verdadeira explosão dinâmica! Fantástico!

“Behind The Wall Of Sleep”, apresenta elementos do blues, determinada pela cadência suavizada e baixo em dub. Bem característica do hard rock com suas influências no psicodelismo e a experimentação entre novas sonoridades, junções entre vertentes musicais por vezes conflitantes e especialmente, o surgimento de inovadoras maneiras de condução instrumental.

Nota para o fantástico solo introdutório do baixo em “N.I.B.”, demonstrando todo o talento e perícia de Geezer Butler, um dos maiores baixistas de todos os tempos! Sem dúvida, um dos pontos altos da apresentação!

Neste show antológico, outros grandes sucessos fizeram parte do bem escolhido set-list, como “Fairies Wear Boots”, “Rat Salad” e “Iron Man”, finalizando com o hit “Paranoid”, numa apresentação bem cuidada, pautada pelo bom gosto estético, num dos melhores shows do ano!


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