Retorno Do “Space Rock”: Ufo Em São Paulo
Publicada em 27, May, 2013 por Marcia Janini
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Com início às 19h do último sábado, 11 de maio, a banda inglesa UFO, um dos grandes nomes do rock europeu nos anos 70, realiza histórica apresentação em retrospecto de sua carreira no Carioca Club, casa de show na região de Pinheiros.
Com aparatos de cena simples, entretanto de grande efeito estético e bem estruturado esquema de iluminação, com spots intermediários que remetiam às estrelas de uma enorme galáxia, os integrantes da banda subiram ao palco já iniciando a apresentação com um grande clássico, a canção “Lights Out”, na cadência do heavy metal clássico, com guitarras distorcidas em afinação padrão.
Belos riffs emolduram as estrofes com charme, acompanhados pelo baixo de Pete Way bem pontuado em contraponto à bateria. Nota para a personalidade de Paul Raymond, brilhante já na primeira canção executada, dividindo-se entre a condução da guitarra base e teclados, além de auxiliar nos backing vocals. A bateria também desempenha importante papel nesta execução, traduzindo belos efeitos sonoros nas conversões ao refrão.
“Mother Mary” traduz todo o peso do heavy metal 70’s, com fortes influências em sonoridades extraídas do blues e jazz. A bateria cadenciada de Andy Parker, seguida pela brilhante condução do baixo de Way em dub traduzem com grande propriedade estas nuances sonoras. Riffs da guitarra base de Raymond reinam absolutos, rascantes e incisivos nas deliciosas conversões com fortes variantes nos arranjos. Breaks estratégicos apoiam o poderoso refrão.
Seguindo as linhas do hard rock, “Wonderland” traduz a explosão da guitarra melódica de Vinnie Moore, explodindo em preciosos acordes repletos de cromatismos. Baixo segue pontuando a melodia em acordes rascantes. Aliando-se à belíssima condução da bateria de Parker, a magnificência do teclado de Raymond, bem temperado.
A balada “Cherry” demonstra diferencial na introdução dedilhada do baixo solo. A bateria suave em crescendo determina charme extra à composição. Refrão apresenta cromatismos urgentes, bem demonstrados pelo excelente vocal de Phil Mogg, em excelente forma, revelando sua grande técnica e talento. Esparsos arranjos da guitarra melódica pontuam com grande beleza estética esta canção.
O grande clássico “Let It Roll” traz em seu bojo vertiginosos arranjos, traduzindo influências ambientadas no psicodelismo 60’s. Na cadência do rock progressivo, as intensas variações dinâmicas, sugerindo “suítes” fazem desta uma canção de melodia ricamente elaborada. Com arranjos viajantes, cromáticos e repletos de virtuosismo, a guitarra melódica realiza interessante contraponto ao elegante teclado. Na finalização, a bateria surge cadenciada, em andamento marcial, traduzindo mais um bom momento da apresentação.
O hit “Love to Love” principia com introdução perfeita do teclado em pianíssimo, explorando na escala ascendente notas doces e suaves agudos. A explosão da bateria, em brilhante condução de Andy Parker e a rascante guitarra de Vince Moore complementam com enorme intensidade a primeira porção da melodia, em movimento cíclico. Profundas variações dinâmicas fazem desta uma linda canção, demonstrando grande criatividade durante a execução vocal, onde a guitarra dá lugar ao violão, traduzindo suaves influências no country, que alia-se com precisão ao teclado, conduzido com genialidade na exploração de doces sonoridades.
Além destas canções, outros grandes sucessos da carreira constaram do variado set list, que apresentou muitas fases da trajetória da banda, como “Hell Driver”, “Venus”, Too Hot to Handle”, “Rock Bottom”, e os clássicos atemporais “Doctor Doctor” e “Shoot Shoot”.
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